Confederações
e Federações em conluio para se perpetuarem no poder. Árbitros de futebol não
profissionais e totalmente despreparados. Tribunais esportivos sem um critério
claro e tomando decisões políticas. Dirigentes amadores. Jogadores sem ética
alguma.
Todos em
todos os níveis e setores do esporte buscando levar algum tipo de vantagem.
Tentando se dar bem em cima do adversário ou engabelar o juiz. Malandramente
tentando burlar as regras para alcançar seu objetivo.
Temos visto
uma busca contínua, não importa como, de alguns grupos nas federações e nas
confederações, pela manutenção do poder, onde há presidentes com mais de duas
décadas no comando, e a total falta de transparência quanto as receitas e
despesas e nas decisões que são tomadas. Vão desde interpretações do estatuto
para substituir um vice-presidente opositor por um do mesmo grupo até
alterações no texto, votado em sigilo para manter as mesmas pessoas no comando.
Os árbitros
continuam não tendo a preparação devida, pois como não são profissionalizados
precisam de outras fontes de renda e não lhes sobra tempo para aprimoramento e,
também não há interesse por parte dos dirigentes afinal, mantidos sem
organização e sem o devido preparo fica muito mais fácil fazer pressão,
manipulá-los e influenciar resultados.
Nos tribunais
vemos juízes que são torcedores apaixonados de seus clubes, aliados de
dirigentes e que, ao invés de buscarem a neutralidade no julgamento, a lisura
das decisões, estão mais interessados em facilitar o caminho para seus amigos e
dificultar o de quem não esteja do seu lado. Como também não são profissionais
remunerados por esse trabalho, dão expediente apenas alguns dias por semana,
atrasando julgamentos, retardando decisões e por conta dessas, y outras cositas
más, influenciando os resultados das partidas e campeonatos.
Quanto aos
dirigentes que lideram a maioria dos clubes no país, apesar de muitos serem
abnegados, pecam pelo pouco conhecimento na área da qual cuidam em tempos onde
o profissionalismo é o diferencial, e também não dispõe de tempo integral para
dedicar a entidade, pois como seu cargo no clube não pode ser remunerado, esse
dirigente precisa cuidar de sua fonte de renda principal, dispendendo apenas
algumas horas ao dia no expediente do clube, e ainda fazem constantes alianças
políticas, negociando cargos entre amigos e aliados, para manter seu grupo no
poder, já que a cada 2, 3 ou 4 anos há novas eleições.
Já os
jogadores que vem sendo formados num meio onde a ética foi substituída pela
vitória a qualquer preço, passam os 90 minutos em campo mentindo: jogam-se ao
chão numa simples disputa de bola, como crianças mimadas, para reclamar uma
falta não existente; encenam serem vítimas de uma tentativa de homicídio,
quando sofreram apenas um esbarrão no ombro; reclamam ao juiz de um toque de
mão de um adversário, quando a bola nitidamente, a sua frente, tocou apenas na
coxa; peitam violentamente o árbitro por conta de um pênalti marcado, mesmo
sabendo que houve infração grave; empurram a bola para o gol com a mão e ainda
vem com a desculpa de que foi a mão de Deus, ou que esbarrou mas nem sentiu.
É nesse modelo, sem ética, sem
transparência, pernicioso, desonesto, manipulado, encenado, sem
profissionalismo, em busca de uma vitória a qualquer preço, que queremos que
nossos filhos se espelhem? Que eles tenham como referência?
Creio que já
chegou a hora de colocarmos nossas diferenças de lado e cuidarmos do mal maior.
A falta de ética e de transparência.
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Fred Mourão - Gerente de Marketing e Relacionamento do Clube de Regatas do Flamengo 2013/14/15. Coordenador e Professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan. Estudou Marketing na Universidade da Califórnia, tem MBA em Gestão pelo Ibmec, é graduado em Administração pela UERJ e cursou Gestão em Futebol na CBF
Fred Mourão - Gerente de Marketing e Relacionamento do Clube de Regatas do Flamengo 2013/14/15. Coordenador e Professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan. Estudou Marketing na Universidade da Califórnia, tem MBA em Gestão pelo Ibmec, é graduado em Administração pela UERJ e cursou Gestão em Futebol na CBF
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Infelizmente é um retrato do nosso país e da nossa sociedade.
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